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Por que a refeição em família pode ser um ato de fé (e resistência?)

  • Foto do escritor: Tatah e Fer
    Tatah e Fer
  • 16 de jun.
  • 4 min de leitura

Atualizado: 17 de jun.

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Introdução

Aqui em casa, o jantar já teve de tudo: arroz empapado, feijão sem sal, um copo derrubado, uma briga por causa do brinquedo antes da sobremesa e até oração interrompida porque alguém lembrou de algo que aconteceu na escola. E mesmo assim, seguimos acreditando: o jantar em família é um dos hábitos mais poderosos que podemos cultivar.


Mais do que uma refeição, é um momento importante entre a família. Um espaço onde a vida acontece de verdade, onde a fé se mostra prática e onde o amor é servido à mesa, às vezes com lasanha, às vezes com miojo.


1. A mesa é onde os corações se encontram

Entre o “me passa o arroz” e o “olha o que aconteceu na escola hoje”, existe um território de conexão. É na mesa que a gente ouve histórias, percebe o tom de voz do filho que está cabisbaixo, repara na expressão da esposa depois de um dia difícil, celebra uma vitória pequena ou ri de uma piada ruim do papai (no caso do Fer 😅).


💡 Dica prática: Se a rotina estiver apertada, escolha dias fixos pra garantir o jantar juntos. Uma terça e uma quinta, por exemplo. Coloca no calendário como compromisso de família — e defende esse horário como prioridade.



2. O jantar pode ser um culto disfarçado

Tem gente que acha que ensinar sobre fé é só no devocional ou no culto de domingo. Mas aqui em casa, a gente aprendeu que a mesa também é um púlpito. Quando agradecemos pela comida, ouvimos uns aos outros, pedimos perdão por algo dito mais cedo ou relembramos um versículo que se encaixa no que alguém está vivendo… estamos vivendo a fé de forma orgânica.


📖 “Comiam juntos com alegria e sinceridade de coração.”— Atos 2:46


Não precisa ser nada engessado. Às vezes, é só um "o que Deus te ensinou hoje?", ou "vamos orar por aquela situação difícil antes de dormir?". Aos poucos, isso vira cultura.


3. É na rotina que o Reino se constrói

A gente tem mania de esperar o especial pra agir com propósito. Mas a verdade é que Deus nos chama pra viver com intenção no cotidiano. O jantar não é uma pausa espiritual no dia: ele é espiritual. Quando partimos o pão juntos e repartimos a vida com sinceridade, algo poderoso acontece.


🧠 Reflexão: Você consegue lembrar de um jantar que te marcou na infância? A forma como vivemos hoje vai virar a lembrança dos nossos filhos amanhã.


4. Uma mesa também ensina limites

É na mesa que se aprende a esperar a vez, ouvir sem interromper, pedir com gentileza, aceitar que hoje não tem sobremesa porque precisa aprender a lidar com frustração. Nossos filhos não estão apenas comendo. Estão aprendendo a viver em comunidade. E mais: aprendem que são vistos, ouvidos e valorizados.


5. Mesmo quando dá errado, dá certo

Teve uma vez que resolvemos pedir comida tailandesa. Nunca tínhamos comido. Ficamos um tempão escolhendo e mais um tempão esperando chegar, e finalmente quando chegou, ninguém gostou. Era tarde, ficamos chateados... e no fim, acabamos comendo macarrão alho e óleo (o preferido dos meninos), rindo da tentativa frustrada. Nem todo jantar será memorável pela comida. Mas pode ser pelo momento.


💡 Lição: Não desanime quando não sair perfeito. O que constrói vínculo é a constância, não a estética.



6. Ensine generosidade com um prato a mais

Sempre que possível, convidamos amigos da igreja, vizinhos, avós ou colegas dos nossos filhos para almoçarem com a gente. A mesa tem esse poder: ela expande o coração da família. Ensina hospitalidade, empatia e quebranta corações.


🍽️ Às vezes, uma visita inesperada vira o momento mais especial da semana.


7. Se não der pra jantar, crie outro momento fixo

Nem sempre o jantar será viável por causa de horários ou turnos. Mas o princípio não é a comida — é o momento de comunhão. Talvez o café da manhã, o lanche da tarde ou o sábado no parque possam ser o novo “altar” da família.


O que importa é parar, estar junto e criar memória.


8. Pequenos rituais fortalecem grandes vínculos

Aqui em casa, criamos alguns rituais simples:

  • Cada um fala uma coisa boa do dia

  • Sempre agradecemos pela comida juntos

  • Quase sempre aos domingos, fazemos "dia do filme" com pipoca e cobertor


Essas pequenas práticas fazem os olhos das crianças brilharem — e fortalecem a nossa unidade.


Conclusão

A vida em família se sustenta na rotina, mas floresce na intenção. Jantar em família é mais do que alimentar o corpo — é pastorear o coração. É viver a espiritualidade na prática, com guardanapo de papel e molho que respingou na blusa.


Mesmo nos dias cansativos, vale a pena insistir nesse hábito. Não porque somos perfeitos, mas porque acreditamos que Deus age no simples.


🍽️ Se você ainda não tem esse costume, começa devagar. Uma vez por semana. Com oração. Com escuta. Com propósito.Você vai ver: a mesa pode ser o lugar mais sagrado da sua casa.


Com carinho,

Tainá e Fer 👉 Ouça nosso podcast: Clique aqui para ouvir

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