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Falando sobre temas delicados sem perder a conexão

  • Foto do escritor: Tatah e Fer
    Tatah e Fer
  • 17 de jun.
  • 4 min de leitura
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Introdução

Sabe aquele momento em que você olha pro seu filho e percebe: “Ih… chegou a hora de ter aquela conversa”? Pode ser sobre morte, sexualidade, bullying, divórcio, pornografia, drogas, ou até sobre fé e dúvidas. E o frio na barriga bate, né?


Aqui já passamos por algumas dessas conversas (e ainda temos muito pela frente). E cada vez que precisamos tocar nesses assuntos, percebemos o quanto é desafiador — mas também essencial — sermos os primeiros a conversar com nossos filhos antes que o mundo o faça.


Neste artigo, queremos te ajudar a se preparar para esses momentos com graça e clareza. Porque fugir das conversas difíceis só atrasa o que Deus quer fazer no coração da nossa família.


1. Fale com verdade, mas com amor

Evitar temas delicados por medo de dizer a coisa errada é um erro comum. Mas a verdade é que nossos filhos precisam mais da nossa sinceridade do que da nossa perfeição.


📖 “Antes, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo.”(Efésios 4:15)


Dizer a verdade com amor significa não dourar a pílula nem ser ríspido demais. É explicar o que precisa ser explicado, com calma, empatia e linguagem apropriada à idade.


💬 Aqui em casa, por exemplo, já tivemos que falar sobre sexualidade. Quando nosso filho fez uma pergunta curiosa, explicamos com carinho e simplicidade: “Deus criou o corpo humano com muito amor e intenção. E algumas partes do nosso corpo são íntimas, são presentes que Ele nos deu pra cuidar com respeito. Quando você crescer, vamos conversar mais sobre isso, mas sempre que tiver dúvidas, pode perguntar pra gente — papai e mamãe estão aqui pra te ajudar a entender tudo com calma e verdade.”


2. Crie um ambiente de segurança emocional

Antes de ter uma conversa difícil, pergunte a si mesmo: meu filho se sente seguro comigo? Ou será que ele tem medo de ser julgado, repreendido ou envergonhado?


O ambiente importa tanto quanto as palavras. Às vezes, é melhor esperar o momento certo — depois do jantar, durante um passeio ou em uma noite de oração em família.


💡 Dica prática: mantenha sempre a escuta ativa. Deixe seu filho terminar de falar antes de responder. Isso mostra respeito e encoraja a abertura.


3. Não subestime a curiosidade deles

Você pode achar que eles “não estão prontos”, mas a verdade é que as crianças são expostas a muitos conteúdos cedo demais — seja na escola, nos vídeos ou até nas conversas entre amigos.


Se eles não ouvirem de você, vão ouvir de outra fonte — e talvez sem filtro nenhum.


🧠 Quando o Theo (nosso mais velho) perguntou o que era “sexo” depois de ouvir um comentário no recreio, nossa vontade foi fugir pela porta. Mas decidimos respirar fundo, adaptar a conversa pra idade dele e explicar com clareza e respeito.


Foi difícil? Foi. Mas também foi libertador.


4. Ore antes, durante e depois

As conversas difíceis não precisam ser tratadas apenas com racionalidade. Elas são oportunidades espirituais.


Antes de falar com seus filhos, ore. Peça sabedoria, sensibilidade e direção. Durante a conversa, esteja sensível ao Espírito Santo. Depois, ore com eles. Mostre que até os assuntos complicados podem ser levados a Deus.


📖 “Se algum de vocês tem falta de sabedoria, peça-a a Deus…”(Tiago 1:5)


5. Use histórias e situações do dia a dia

Uma das melhores formas de iniciar conversas delicadas é por meio de histórias — reais ou fictícias. Um filme, uma notícia ou uma passagem bíblica podem ser pontes perfeitas para entrar em assuntos difíceis.


🎬 Exemplo: assistimos a um filme sobre bullying e usamos aquilo como gancho. “E se fosse com você? O que você faria? O que Jesus nos ensinou sobre amar até quem nos fere?”


6. Reconheça quando não souber responder

Nem sempre você vai ter a resposta certa. E tudo bem! Dizer “filho, eu não sei, mas vou pesquisar e depois a gente conversa” é muito mais sábio do que inventar ou se esquivar.


Aliás, esse tipo de resposta ensina que a busca por conhecimento é uma virtude cristã. Mostra humildade, algo que nossos filhos precisam ver em nós.


7. Envolva a Bíblia nas respostas (mas fuja dos chavões)

Usar a Palavra de Deus como base é essencial. Mas cuidado com versículos jogados sem contexto, como se fossem muros ao invés de pontes.


A Bíblia é viva, cheia de compaixão, graça e verdade. Ela não está ali pra censurar, mas pra ensinar. Em assuntos como sexualidade, identidade, dor ou perdas, ela é nossa âncora.


8. Depois da conversa, mantenha o canal aberto

Uma conversa difícil nunca é um ponto final — é o começo de um diálogo contínuo.

💬 Diga algo como: “Se você quiser conversar mais sobre isso outro dia, estou aqui.”Isso ajuda a criança a entender que ela não será julgada se tiver dúvidas, medos ou até erros no futuro.


Conclusão

Conversas difíceis são, na verdade, oportunidades de criar pontes com nossos filhos. Elas exigem coragem, sim. Mas também revelam o quanto amamos o suficiente para enfrentar o desconforto.


Famílias com propósito não evitam os assuntos difíceis. Elas os enfrentam com sabedoria, oração e muita paciência.


Se você está com medo de começar uma conversa assim, lembre-se: você não está sozinho. Deus caminha com você, e nós aqui também.


Com amor,

Tatah e Fer

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